quinta-feira, 2 de maio de 2019

CABERJ, O QUE NÃO CONTARAM PARA VOCÊ


CABERJ, O QUE NÃO CONTARAM PARA VOCÊ

Por Raimundo Aben Athar


Recentemente, houve uma votação para aprovação das contas da CABERJ, a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Estado do Rio de Janeiro, segundo a própria CABERJ, houve uma aprovação maciça dos segurados que votaram pela aprovação daquelas contas. A CABERJ "esqueceu" de dizer que, dos 10.391 segurados, aptos para votar, do plano mater, o plano dos “velhinhos”, apenas 1.198 votaram pela aprovação das contas, significando dizer que, 9.114, não foram às urnas, 61 votaram “não”e 18 votaram ou em branco ou anularam o voto.
A publicidade da CABERJ deveria ser assim: “UMA PENA, SOMENTE 11,5% DOS SEGURADOS, VOTARAM PELA APROVAÇÃO DE CONTAS DA CABERJ”. Vejamos a figura 1 a seguir:

                              Figura 1

           
            Creio que nem todos sabem quantos somos e como estamos distribuídos por faixa etária no plano MATER. Atentem para a figura 2, a seguir, vejam se não é mesmo o plano dos “velhinhos”. Infelizmente, “velhinhos”, ao que parece, que não se interessam pelo o que acontece no dia a dia de seu plano de saúde.

                                                 Figura 2

                               Fonte: Relatório CABERJ 2018 – disponível em https://www.caberj.com.br/documentos/Relatorios/2018/RelatorioAnual2018.pdf

            Sem dúvida, uma carteira de idade avançada e muito custosa, porém é a carteira dos velhinhos e velhinhas que contribuíram a vida toda e, na juventude, deixaram na CABERJ uma bela poupança e agora são obrigados a viver com o fantasma de um PLAEF, que a grande maioria dos 10.391 participantes do Plano Mater, não deve saber o que é. Explicando melhor: O PLAEF é uma espécie de “Intervenção do Banco Central”. No velho Banerj, tivemos duas, lembram?
Na CABERJ, o “Banco Central” é a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS e o PLAEF significa Plano de Adequação Econômico-Financeira, iniciado em dezembro de 2017, com o aval da ANS. Triste sina a nossa. Na juventude, Banco Central, na velhice, ANS.
Mas a quê a CABERJ precisa se adequar? E que “aval” é esse da agência fiscalizadora de planos de saúde? Vejamos, pois.
Vários motivos levaram a essa situação de a CABERJ precisar se adequar econômica e financeiramente. Um deles, foi a decisão famigerada de acordar um contrato com a Prefeitura do Rio de Janeiro, o qual, entre 2015 e 2016 fez elevar as despesas com custos médicos em R$ 152,1 milhões/ano ou quase R$ 13,0 milhões/mês. Saindo, tais despesas, em 2015, do valor de R$ 263,0 milhões para R$ 415,1 milhões em 2016. Enquanto que as receitas com contraprestação se elevaram, no mesmo período, em R$ 112,1 milhões. Um gigante déficit com operações de plano de saúde começava a se anunciar. Em 2016, tal déficit, foi de R$ 56,2 milhões e culminou com o cancelamento do contrato em março/abril de 2017.
Assim, em dezembro de 2017, a CABERJ chegou ao tal plano de adequação econômico-financeira. Mas o mal já estava feito...
O que levou a esta situação? Cálculos atuariais imprecisos? Alguém acha ser normal uma despesa num único ano se elevar em quase 58%? Tudo que li sobre este assunto aponta que não houve erro de ninguém. O “erro” foi somente do “sr. mercado”, o grande culpado por esse contrato. Contrato este que teve que ser “abatido em pleno voo” e que, se os cálculos atuariais estivessem corretos, seria um verdadeiro achado, pois o país em recessão e a CABERJ consegue um novo contrato. Que beleza, não é mesmo? Qual nada, em menos de um ano, os números do contrato indicam o quão pernicioso econômica e financeiramente foi/era este contrato. A prefeitura foi embora e quem ficou que pague a conta e... Aprove as contas.
O Plano Mater é um plano de autogestão, sem patrocínio algum. Até que os gestores da CABERJ resolveram colocar um “tempero” no negócio (o contrato com a prefeitura). O tal “tempero”, “azedou”, e deu no que deu. Levando-nos a um remédio chamado “PLAEF com o aval da ANS”.  Simples assim.
Não dá para entender tanta falta de participação dos integrantes (os velhinhos) do Plano Mater nas votações para aprovação de contas e nas eleições, afinal, trata-se de um plano que, se deixar de existir, será difícil alguma operadora nos aceitar nas mesmas condições e, se nos aceitar, será com um valor de mensalidade bastante aviltado. Com tudo isso, menos de 11% dos integrantes do plano Mater, instigados, provavelmente por amigos dos amigos, seguem aprovando contas que talvez desconheçam na realidade o que estão aprovando. Não tenho dúvida, a CABERJ precisa de um choque de gestão. São os mesmos que estão lá há muitos anos e nos levaram a esta situação.
Mas, afinal, o que aconteceu com a nossa CABERJ de 2015 até 2017? Deixemos para analisar 2018, depois de vermos estes três anos e começarmos a entender o que efetivamente está acontecendo.
Há vários indicadores econômico-financeiros que são largamente utilizados por analistas do mercado de operadoras de saúde. Vamos apontar apenas três deles, escolhidos por sua representatividade e importância por analistas de mercado. Tais indicadores foram analisados no período de 2015 até 2017.
Vamos “isolar” 2018 apenas para caracterizarmos de forma bem clara o que queremos demonstrar. 2018 foi um ano de melhora, mas tenham uma certeza: não foi por causa de eficiência da administração atual. Vejamos as análises:

Liquidez Corrente

Este indicador nos mostra a capacidade de pagamento da CABERJ a curto prazo. Aponta que, para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo, quanto há de bens e direitos que se espera serem realizados (transformados em dinheiro) também no curto prazo. É um indicador que os analistas chamam de “quanto maior, melhor”. Vejamos a figura 3, a seguir:
Notem que em 2015, para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, havia R$ 2,04 para honrar aquelas dívidas. Em 2016, o mesmo indicador diminui para R$ 1,33 para honrar as dívidas e em 2017, culmina com apenas R$ 0,84.
O Ativo de curto prazo da CABERJ desidratava a olhos vistos e, se não fosse, a quebra deste contrato, quem “quebraria” seria a CABERJ.
E contas aprovadas... E sem a participação maciça de quem na verdade banca a CABERJ, por 30, 40 e 50 anos. 

                                                 Figura 3

Rentabilidade do Ativo

O Ativo, sabemos, são os bens e direitos que a CABERJ possui. O Ativo é, na verdade, o patrimônio bruto das entidades, quando, deste patrimônio bruto, se diminui, as dívidas e obrigações, encontramos o que se denomina de patrimônio líquido, também conhecido tecnicamente como capital próprio. Em operadores de saúde, o patrimônio líquido é também conhecido como patrimônio social.
A rentabilidade do Ativo indica para o analista, quanto retornou em forma de lucro, para cada R$ 1,00 aplicado em bens e direitos (aqui, podemos também considerar como investimentos da CABERJ, no sentido lato da expressão). Trata-se de um indicador que também podemos aferir que, quanto maior melhor. Vejamos a figura 4:

                     Figura 4


Reparem que, no período analisado, os ativos da CABERJ diminuem em quase R$ 60,0 milhões (R$ 292,2 – R$ 179,6). A partir de 2016, o que era lucro, passa a ser prejuízo de R$ 54,7 milhões e outro prejuízo de R$ 55,3 milhões em 2017. Ou seja, em dois anos de contrato com a prefeitura “foram embora” R$ 110,0 milhões (R$ 54,7 milhões + R$ 55,3 milhões) dos cofres da CABERJ.
Em 2015, para cada R$ 1,00 investido em bens e direitos na CABERJ, retornou em forma de lucro menos de R$ 0,01 (se houvesse expressão monetária) ou, para quem preferir, uma rentabilidade pífia de 0,63% no ano. Em 2016 e 2017, a rentabilidade é negativa. Uma lástima. Um desastre se avizinhava e tome de contas aprovadas...

Sinistralidade

Este indicador compara as despesas assistenciais (pagamentos a médicos, clínicas hospitais etc.) com as receitas de contraprestações (os pagamentos que os segurados fazem à CABERJ). Indica a sinistralidade, ou seja, quanto da receita será destinada para cobrir as despesas, ou, se preferir, para cada R$ 1,00 pago pelo segurado, quanto se gastou de despesas. Este indicador, segundo os analistas de mercado, não deve ultrapassar 75,0% das receitas é um indicador que, quanto menor, melhor. É, talvez, o indicador mais importante, dos vários disponíveis, pois aponta o grau de eficiência da administração. Fácil identificar a agudez da crise, ocorrida, entre os anos de 2015 a 2017 que culminou com o tal PLAEF. Vejamos a figura 5, a seguir:

                                 Figura 5


Reparem, em 2017, a sinistralidade atinge 97,3%, significando dizer que, cada R$ 1,00 arrecadado, R$ 0,97 eram gastos com os médicos, exames, hospitais etc.  Com os R$ 0,03 restantes, a CABERJ precisava ainda pagar pessoal, despesas de comercialização, despesas administrativas etc. Enfim, uma situação muito preocupante e que nunca foi devidamente esclarecida de o porquê ter chegado a esse ponto.

O ano de 2018

Veio 2018 e, pelo que se lê nos relatórios, publicados pela atual diretoria da CABERJ, parece que tudo se transformou para melhor e que todos os problemas acabaram.
Ao contrário, é agora que os problemas precisarão de encaminhamento seguro e calcado em estratégias que considerem que somos uma operadora de saúde, sem patrocinador e que nos autogerimos. A aventura com outros planos, de forma perene, contaminou todo o Plano Mater, cujas pessoas efetivamente construíram este patrimônio para ter tranquilidade na velhice e não sobressaltos com PLAEF(s) ou intervenções brancas, a assombrarem nosso futuro no momento em que mais precisamos de assistência médica.
Vejamos alguns dados para serem transformados em informação e nos prepararmos melhor para as próximas decisões que o corpo de segurados, principalmente aqueles do Plano Mater deverão tomar ainda em 2019.
  • De 2015 para 2018, o ativo (bens e direitos) da CABERJ diminuiu em R$ 63,8 milhões. Saindo de R$ 239,2 milhões em 2015 para R$ 175,4 milhões em 2018.
  • As dívidas, obrigações, contingências e provisões aumentaram R$ 50,4 milhões. Estavam em R$ 74,6 milhões em 2015 e, em 2018, atingiram R$ 125,0 milhões. Notem que enquanto o ativo diminuiu em 26,7%, as dívidas e obrigações aumentaram em 67,6%
  • Em 2018, houve VENDA de um Ativo Imobilizado, que gerou uma entrada líquida de Caixa da ordem de R$ 6,0 milhões. Também em 2018, houve a obtenção de um empréstimo no valor de R$ 10,0 milhões, perfazendo assim um total de R$ 16,0 milhões. Não fosse essas duas operações, a CABERJ não conseguiria pagar todas as suas obrigações em 2018.
  • Em 2018, ano do empréstimo tomado ao Bradesco, foram efetuadas aplicações financeiras com o mesmo Bradesco, no total exatos de R$ 10,0 milhões, as quais, nunca existiram em anos anteriores. Algumas dessas aplicações são Títulos de Capitalização. Este fato pode indicar uma operação casada, aceita somente por entidades endividadas, as quais, sem outra alternativa, se submetem a tais condições. Notem: tomar um empréstimo de R$ 10,0 milhões e aplicar no mesmo ano outros R$ 10,0 milhões no mesmo Banco, parte em títulos de capitalização, que sabemos todos é um tipo de aplicação de menor rentabilidade.
  • Registre-se ainda que parte das aplicações efetuadas junto ao Bradesco foram diminuídas das aplicações financeiras na Caixa Econômica Federal - CEF, resgatadas no seguinte Fundo de Investimento: FUNDO FIDELIDADE – RF-LP. Foram sacados deste Fundo, R$ 8,6 milhões. Isso mesmo, diminui-se aplicações na CEF e os recursos foram alocados em maioria no banco Bradesco, que coincidentemente havia emprestado R$ 10,0 milhões no mesmo ano de 2018.
  • Em 2018, a CABERJ capitaliza a CABERJ INTEGRAL, em R$ 3,0 milhões, ou seja, R$ 3,0 milhões foram sacados do Caixa da CABERJ dos velhinhos para capitalizar uma empresa que provavelmente foi criada para ser outra CABERJ, pós plano MATER, afinal mais 20/25 anos, poucos de nós estará aqui para contar alguma história e por que devemos capitalizar uma empresa que pouco ou nada iremos desfrutar em resultados de equivalência patrimonial? Não há sentido, tampouco lógica, nesta estratégia que descapitaliza a CABERJ, a qual vive uma situação absolutamente desconfortável, para capitalizar outra empresa, ou seja, na verdade, apenas mais uma aposta dos gestores da CABERJ.
  • O Fluxo de Caixa da CABERJ do ano de 2018, deixa claro que, se não fosse a venda de imobilizado no valor de R$ 6,0 milhões e o empréstimo no valor de R$ 10,0 milhões, a CABERJ teria que diminuir ainda mais suas aplicações financeiras de médio para longo prazo e comprometer alguns indicadores exigidos pela ANS para honrar todas as obrigações. Vejamos a figura 6:

     Figura 6

           
            Notas:
(1) Não inclui aplicações financeiras de liquidez mediata e imediata;
(2) As atividades operacionais da CABERJ, em 2018, consumiram Caixa em R$ 12,9 milhões. Assim demonstrados: Entradas operacionais: R$ 409,0 milhões – Saídas Operacionais: R$ 421,9 milhões.
(3) Esta atividade de Investimento gerou Caixa (mais entradas do que saídas) porque se vendeu imobilizados no valor de R$ 6,0 milhões, ainda que se tenha gasto R$ 3,0 milhões com capitalização da CABERJ INTEGRAL.
(4) Esta atividade de financiamento também gerou Caixa no valor de R$ 7,5 milhões, porém tudo por conta do empréstimo efetuado junto ao Bradesco no valor de R$ 10,0 milhões.

·      Considerações finais

É importante ressaltar que a melhora de alguns indicadores da CABERJ em 2018 e que vem sendo anunciada com alarde pela atual administração, não decorreu de eficiência, mas sim da redução drástica de despesas com o fim do contrato com a prefeitura. Ora, aquele contrato, que gerava mais despesas do que receitas, acabou em março/abril de 2017.  Evidente que o ano de 2018, teria por obrigação ser melhor.
·   Vejam como é fácil provar que foi a quebra do contrato com a prefeitura que “melhorou” os números da CABERJ: Nas peças contábeis publicadas em 2018, há uma redução de R$ 139,0 milhões nos eventos indenizáveis líquidos relativamente a 2017. Isso mesmo, R$ 11,5 milhões/mês deixaram de sangrar o Caixa da Caberj. Não se iludam, o superávit bruto de 2018, não foi gerado por salvadores, foi gerado pelo fim de um contrato pernicioso para a CABERJ, o qual, felizmente, deixou de existir.
·       As provisões técnicas, em 2018, elevaram-se em R$ 105,0 milhões, relativamente a 2017. Sinal claro de aumento de risco. Sinal claro também de exigências legais de proteção ao segurado. É o PLAEF mostrando a que veio. No ano de 2018, vimos que, reduziram-se despesas efetivas em R$ 139,0 milhões, contudo, as provisões técnicas elevaram-se em R$ 105,0 milhões. E elevaram-se porque diante do descalabro ocorrido com o famigerado contrato com a prefeitura, diversos de nossos limites precisaram ser redimensionados, alguns até com excesso de conservadorismo, mas necessários diante do quadro caótico que se instalou, aumentando sobremaneira os riscos de não atendimento aos limites legais.
·       O superávit bruto gerado decorreu da seguinte condição: as receitas foram reduzidas em R$ 54,0 milhões e os eventos indenizáveis em R$ 139,0 milhões. Deste superávit de R$ 85,0 milhões, acrescidos de uma variação positiva da provisão de eventos ocorridos e não avisados de R$ 9,4 milhões. geraram um superávit de R$ 94,0 milhões. Mas vejam, cerca de R$ 61,0 milhões em outras despesas (saídas de Caixa) levaram o superávit líquido para apenas R$ 33,0 milhões.
A CABERJ saiu da UTI e foi para o CTI. Não é mais o contrato com a prefeitura o problema. O problema agora são as sequelas, as quais permanecerão por algum tempo. Digamos que no passado, houve erro médico. Todavia, os mesmos médicos que erraram o diagnóstico em assinar o contrato com a prefeitura, ainda estão lá, agarrados aos seus cargos e tentando salvar um paciente, que tinha relativa saúde e ia bem e agora depende de aparelhos médicos para sobreviver.
O ano de 2019 será crucial para observamos o comportamento da CABERJ. Até quando, continuará obtendo empréstimos para honrar suas operações? Quantos ativos mais, precisará vender? As aplicações financeiras da CABERJ, sabemos todos, no total em 2018, de R$ 68,0 milhões. Eram R$ 88,0 milhões em 2015.
Não devemos nos iludir, somente a participação maciça do corpo de segurados pode mudar isso. Votem, participem, a CABERJ precisa e depende de todos nós, principalmente aqueles do Plano Mater.



4 comentários:

  1. Moro em Arraial do Cabo-RJ há 20 anos. Sempre recebi p/correio material para votação. Este ano não votei porque NÃO recebi.

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  2. Parabéns pela explanação numa linguagem acessível aos leigos, como eu! Era tudo o que eu precisava mas não queria ouvir!! Ficou provado que o pior cego é o que não quer ver!... Penso que a maioria dos velhinhos do Plano Mater, nos quais eu me incluo, na verdade desconhecem e não entendem nada de como funciona um plano de saúde e consequentemente a Caberj. Já os que a defendem com unhas e dentes, na verdade 'entendem' muito bem o que está a acontecer, mas por interesses vários, querem nos fazer acreditar que tudo está indo muito bem!! EU penso assim.... aliás sempre duvidei do otimismo exacerbado vindo de alguns! ( e como eu gostaria que fosse verdade... ) Tenho muito medo do que está por vir...

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    1. A CABERJ INTEGRAL é a empresa que sobrará quando todos nós morrermos. Tudo que "melhorou" na CABERJ foi devido ao encerramento de um contrato com a PMRJ que quase "quebra" a nossa CABERJ. No ano do contrato, as despesas médicas eram de R$ 263,0 milhões, no ano seguinte, as mesmas despesas saltam para R$ 415,0 milhões. Duro impacto né? Quem errou tanto neste cálculo atuarial? Alguém leu o relatório aprovando a entrada da Prefeitura, contrato este que quase nos destrói? O fato é que, na CABERJ, todos lá estão impunes. Em 2018, a direção assistencialista da CABERJ, que tanto encanta alguns convertidos e os fazem venerar e adorar a atual direção, retirou R$ 3,0 milhões da CABERJ para investir na CABERJ INTEGRAL (a empresa que permanecerá após nossas mortes). Somos 9.621 pessoas com mais de 59 anos (92,5% do total do Plano Mater), destes, 5.513 pessoas com mais de 70 anos (53,1% do total do plano Mater). A CABERJ teve que vender bens no valor de R$ 6,0 milhões e tomar um empréstimo de R$ 10,0 milhões (fato inédito) para honrar suas obrigações de 2018 e ainda investiu os R$ 3,0 milhões numa empresa criada para quem ficar vivo e, provavelmente, para perpetuar a direção e quem eles indicarem. Os convertidos, que defendem raivosa e desrespeitosamente quem não concorda com estes absurdos, são os beneficiados de um assistencialismo patético, barato e perverso com o futuro do Plano Mater, posto que no presente parece ser uma coisa boa, mas no longo prazo vai destruindo um seguro, que é de todos nós. Permitam-se ter apenas o benefício da dúvida. Não será a direção atual, que nos levou até onde estamos, que irá confirmar os erros crassos cometidos por eles mesmos e a necessidade de ajustes determinados pela ANS.

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