Por Raimundo Aben Athar
Quando uma empresa
precisa de votos e um “pronunciamento defensivo” é utilizado, ao invés de relatórios
técnicos, é porque não se quer
explicar nada e repulsa, e agride e busca diminuir quem não tem a mesma opinião, apenas
para criar um “pano de fundo” e fugir do debate que realmente é necessário. Sem
dados para análise, tudo parece ser uma mera aposta com nossas vidas.
Quero deixar claro que produzo manifestações em meu blog pessoal (que qualquer cidadão pode replicar, desde que a fonte seja preservada) e que respondo por mim. Afirmações como "Destruir Banerj e Previ", "Ações contra a Caberj" "Intenções políticas", são afirmações e comentários, os quais, efetivamente não me pertencem.
No passado, fui Presidente do Conselho Deliberativo da AAFBANERJ e renunciei por motivos particulares.
Todos os meus relatórios sempre foram técnicos. Não tenho vínculos, tampouco recalques com qualquer colega do velho Banerj. O fato de pensar diferente, não me torna um inimigo da Caberj, Todas as minhas argumentações são subsidiadas, como analista externo, por demonstrações, por números, por publicações da própria Caberj ou da ANS.
A verdade, que me parece, é que querem apenas fazer com que o Plano Mater assuma suas deficiências sozinho e não solidariamente como é hoje. A Caberj Integral já é Medicina de Grupo e pode perfeitamente captar com um Diretor Comercial. Só não vê isso, quem não quer.
É de uma clareza solar que, sem uma exposição de motivos, embasada em relatórios atuariais e projeções de mercado, ninguém se compromete nessa administração e toma-se uma decisão que envolve o futuro de todos nós e depois ainda poderão argumentar: "vocês é que decidiram alterar". Assim, faço algumas indagações, que como votante, entendo ter esse direito e gostaria de obter respostas da atual administração da CABERJ:
- Se o Estatuto for aprovado, qual a previsão de mensalidade para o Plano Mater?
- Qual a projeção para os outros 28 planos?
- Quantos contratos novos deverão ser assinados para nos “salvar”? Quais são os planos e contratos que serão postos à venda? Que projeção de inflação do país e da inflação médica a administração faz? Como será a posição das provisões, ante às projeções? Projeções para atingimento dos limites para a ANS?
- E as aplicações financeiras, qual valores médios? Quais são os números para este futuro que a administração vê como promissor; Há cenários realistas, otimistas e pessimistas para analisarmos?
- Como a direção da Caberj pretende agir sobre as condições que afetam TODAS as operadoras de saúde, tais como, taxa de desemprego, que impede novos beneficiários, pequenas variações do PIB, ao longo dos anos, custos elevados, aumento de sinistros, inflação médica elevada, novas tecnologias com seus altos custos iniciais.? A alteração do Estatuto será a salvação e eliminará tudo isso?
- O “pronunciamento” exalta a Integral Saúde e afirma haver 45.000 vidas e 550 contratos e um Diretor Comercial que será o salvador da "Caberj dos velhinhos". Que paradoxo, vejam os resultados da Integral Saúde (´Que já é Medicina de Grupo e que objetiva lucro). Resultados pífios, resultados que, ano sim, ano também, obrigam a retirada de recursos da “Caberj dos velhinhos” para que os limites, junto à ANS, possam ser atendidos. O diretor comercial (tratado como um Messias) que nada muda com a Integral, mudará com a "Caberj dos Velhinhos"?
- Não votar é um ato democrático. Recorrentemente a Caberj aprova suas contas com uma minoria votando. Insisto, não votar em plebiscitos, é sim um direito democrático de evitar aprovações por minorias.
- Desde 2007 a Integral Saúde é “Medicina de Grupo” e se sustenta, para atingimento de seus limites, com os R$ 38,1 milhões da Caberj Saúde (que chamo carinhosamente de a “Caberj dos Velhinhos”). Nada de novo aqui.
- O contrato com a Prefeitura efetivamente provocou um brutal desequilíbrio na “Caberj dos velhinhos”. Foram quase R$ 173,0 milhões de prejuízos por conta deste nefasto contrato com a INTEGRAL mas o prejuízo ficou com a “Caberj dos Velhinhos”;
- R$ 40,26 milhões/ano em 2022 de Folha de Pagamento. Se 220 funcionários, dá R$ 15,3mil de gastos médios mensais com a folha de pagamento, se 250 funcionários, dá R$ 13,42mil. (Não temos a informação do nº exato de funcionários, peço, por favor informar). Será que uma reforma administrativa, não deveria preceder a alteração no estatuto?
Outros fatos e indagações:
- A nota explicativa de 2022, acima, deixa claro que questões judiciais são insignificantes em relação às despesas com pessoal, que tiveram um aumento de 13,85%. Registre-se, acima da inflação. Quantas classes de trabalhadores em operadoras de saúde tiveram essa benesse?
Enfatizo, não tenho vínculos com nenhuma associação, sou apenas mais um Caberjiano preocupado, como todos os demais Caberjianos. Quero ser convencido de que vale à pena alterar o Estatuto (já disse e escrevi isso, a vários colegas que não pensam como eu).
Atualmente a Caberj Saúde (A Caberj dos velhinhos") corre o mesmo risco que correrá com a mudança do Estatuto. O único fato que irá
mudar é um “cheque em branco”, com um messias a tiracolo, que irá fazer com que o Plano Mater assuma suas
deficiências sozinho.
Com os dados, relatórios e projeções que solicitei, poderemos conhecer a real situação do Plano Mater e propor soluções junto com todos os Caberjianos.
Não vou votar para não dar quórum a uma minoria, que em toda Aprovação de Contas, se vale do mesmo artifício.
Permitam que
eu possa ter uma opinião diferente. É um direito inalienável que tenho.