Por Raimundo Aben Athar
Parece haver diferença entre política partidária e política
classista, principalmente em época que antecede as eleições e é proibida a campanha eleitoral, mas não há. Não há diferença alguma.
Notem que políticos no poder, partidários ou classistas,
usam e abusam da visibilidade que a máquina administrativa pode proporcionar e,
óbvio, dos recursos da população ou da respectiva classe.
Quem já está no poder, afirma com a "cara mais lavada possível": “Não, não
estou usando a máquina, estou trabalhando pelo povo" ou... "pela classe”.
Já perceberam como, nesta época, há “lives” e mais “lives”? Refiro-me a "lives" com a chancela, ambiente virtual e logotipo, dos respectivos conselhos, partidos, governos etc. E quem são os palestrantes e mediadores? Sim, em maioria, os futuros candidatos, não
por acaso, no caso dos classistas, já são conselheiros e candidatos a conselheiros.
Alguns políticos possuem ou têm domínio sobre rádios difusoras, alguns
políticos classistas também... Alguma diferença? Nenhuma.
Fazem cartazes lindos e publicam em
todas as redes sociais, tais cartazes, na verdade, são os famosos “santinhos” em época
de eleição. Realmente, não se sentem intimidados. Para quem está no poder, é
tudo normal, é tudo na forma da lei. Mas... será ético?
Querem saber mais? Antes das eleições, há uma farta distribuição
de medalhas e moções, ou seja, algo que deveria ser uma distinção, passa a ser
uma espécie de prêmio comum para os amigos de ocasião e, na maioria dos casos,
eleitores e influenciadores de votos.
Convocam eventos, que não fizeram nos anos anteriores, com os
próceres do grupo, partido ou da dinastia que representa o poder. Fazem caravanas para o
interior dos estados em eventos presenciais, discutíveis na essência, na tempestividade
e na forma.
Na verdade, seja em eleições partidárias ou em eleições
classistas, quem elege os candidatos é quem NÃO vota, pois os eleitores de cada
político e de cada grupo classista, votam sempre e revovam o voto em cada
eleição, seja pela amizade, seja pela defesa de privilégios, seja pelo possibilidade de um espaço criado para
futuros negócios, seja pela visibilidade proporcionada...
Vejam mais: No caso de eleições partidárias, quem está devendo, por exemplo, o tributo Imposto de Renda ou Imposto Predial, ou até mesmo com o cadastro negativado, pode votar normalmente, mas no caso dos classistas, quem está devendo o tributo, chamado de "anuidade", não pode votar. E assim, uma parte não vota porque não vê motivo, outra parte vota em branco ou nulo e pronto ganha as eleições os mesmos porque são os mesmos que votam. Simples assim.
Major Quaresma, no início do século XX, não era louco. Que o diga, o genial Lima Barreto.
Leiam novamente “O triste fim de Policarpo Quaresma"
Parabéns.
ResponderExcluirObjetivo, verdadeiro e tempestivo.