quarta-feira, 18 de agosto de 2021

HÁ DIFERENÇA ENTRE A POLÍTICA CLASSISTA E POLÍTICA PARTIDÁRIA EM ÉPOCA QUE ANTECEDE AS ELEIÇÕES?

Por Raimundo Aben Athar

Parece haver diferença entre política partidária e política classista, principalmente em época que antecede as eleições e é proibida a campanha eleitoral, mas não há. Não há diferença alguma.

Notem que políticos no poder, partidários ou classistas, usam e abusam da visibilidade que a máquina administrativa pode proporcionar e, óbvio, dos recursos da população ou da respectiva classe.

Quem já está no poder, afirma com a "cara mais lavada possível": “Não, não estou usando a máquina, estou trabalhando pelo povo" ou... "pela classe”.

Já perceberam como, nesta época, há “lives” e mais “lives”? Refiro-me a "lives" com a chancela, ambiente virtual e logotipo, dos respectivos conselhos, partidos, governos etc. E quem são os palestrantes e mediadores? Sim, em maioria, os futuros candidatos, não por acaso, no caso dos classistas, já são conselheiros e candidatos a conselheiros. Alguns políticos possuem ou têm domínio sobre rádios difusoras, alguns políticos classistas também... Alguma diferença? Nenhuma.

Fazem cartazes lindos e publicam em todas as redes sociais, tais cartazes, na verdade, são os famosos “santinhos” em época de eleição. Realmente, não se sentem intimidados. Para quem está no poder, é tudo normal, é tudo na forma da lei. Mas... será ético?

Querem saber mais? Antes das eleições, há uma farta distribuição de medalhas e moções, ou seja, algo que deveria ser uma distinção, passa a ser uma espécie de prêmio comum para os amigos de ocasião e, na maioria dos casos, eleitores e influenciadores de votos.

Convocam eventos, que não fizeram nos anos anteriores, com os próceres do grupo, partido ou da dinastia que representa o poder. Fazem caravanas para o interior dos estados em eventos presenciais, discutíveis na essência, na tempestividade e na forma.

Na verdade, seja em eleições partidárias ou em eleições classistas, quem elege os candidatos é quem NÃO vota, pois os eleitores de cada político e de cada grupo classista, votam sempre e revovam o voto em cada eleição, seja pela amizade, seja pela defesa de privilégios, seja pelo possibilidade de um espaço criado para futuros negócios, seja pela visibilidade proporcionada...

Vejam mais: No caso de eleições partidárias, quem está devendo, por exemplo, o tributo Imposto de Renda ou Imposto Predial, ou até mesmo com o cadastro negativado, pode votar normalmente, mas no caso dos classistas, quem está devendo o tributo, chamado de "anuidade", não pode votar. E assim, uma parte não vota porque não vê motivo, outra parte vota em branco ou nulo e pronto ganha as eleições os mesmos porque são os mesmos que votam. Simples assim.

Major Quaresma, no início do século XX, não era louco. Que o diga, o genial Lima Barreto. Leiam novamente “O triste fim de Policarpo Quaresma" 

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