AS ELEIÇÕES PARA O CRCRJ - 2015 a 2019
QUE SURJAM NOVAS LIDERANÇAS!
Por Raimundo Aben Athar
O resultado das três últimas
eleições para o plenário de conselheiros da classe contábil no Estado do Rio de
Janeiro é revelador. Vejamos as figuras de 01 a 03
·
Em 2015, renovação de 1/3 do plenário, com 03
chapas e 16 candidatos por chapa. Dos 57.257 profissionais registrados, 50,2% (28.743
profissionais), ou votaram em branco, ou não foram ou estavam impedidos de comparecerem às urnas. Somente 19% dos eleitores elegeram a chapa vencedora.
·
Em 2017, renovação de 2/3 do plenário, com 03
chapas e 32 candidatos por chapa. Dos 55.040 profissionais registrados, 47,4%
(26.089 profissionais) ou votaram em branco, ou não foram ou estavam impedidos
de irem às urnas. 32% dos eleitores elegeram a chapa vencedora.
·
Em 2019, renovação de 1/3 do plenário, com chapa
única, 16 candidatos. Dos 54.061 profissionais registrados, 59,4% (32.112
profissionais) NÃO votaram na única chapa que concorria.
A inadimplência é muito alta, é
verdade, mas será somente este o único motivo para tão baixa aderência à entidade que registra e fiscaliza o profissional contábil no Rio de Janeiro? Você sabia que FISCALIZAR é a principal função dos Conselhos que
regulamentam profissões?
Tanto Sindicatos, quanto os
SESCON(s), Federações etc, desde que as contribuições deixaram de ser
obrigatórias, não possuem mais recursos em seus cofres, vivem agora de eventos,
de encontros, de festas, de patrocínios, enfim. Os CRC(s) ainda não, mas se a
anuidade, por exemplo, deixar de ser obrigatória, quantos profissionais continuaram pagando?
Questão fundamental a ser
discutida: Qual é a percepção da classe sobre os Conselhos de Contabilidade? Qual é a percepção de valor para a classe? Precisamos, é óbvio, discutir isso.
No Rio de Janeiro, em 2019, deverão ser quase R$ 27,0 milhões arrecadados em receitas correntes (vide portal da
transparência), das quais, 20% ou R$ 5,4 milhões deverão ser remetidos ao Conselho
Federal. Mais: Desta sobra, de R$ 21,6 milhões, quase 60% deverá ser usado para o CRCRJ honrar despesas com pessoal (salários + benefícios + encargos). Logo,
sobrarão pouco mais de R$ 8,6 milhões para os demais custeios (luz,
telefone, condomínio, etc), para a promoção da fiscalização, para a realização dos
cursos gratuitos, para as representações em viagens, diárias, passagens, para as
aquisições de estandes em eventos e etc.
Um detalhe importante, somente
com as anuidades, em 2019, potencialmente, a arrecadação deveria ser próxima de R$ 32,0
milhões. Na verdade, deverá ser de pouco mais ou de quase R$ 23,0 milhões.
Até outubro, segundo o portal de transparência, éramos cerca de 54,0 mil
profissionais com registros ativos, dos quais, por volta de 5,0 mil profissionais, possuem
mais de 70 anos e não pagam anuidade, logo sobram cerca de 49 mil profissionais
registrados, os quais, por lei, devem pagar anuidades. Além dos profissionais,
há cerca de 5,0 mil empresas contábeis, as quais, também devem pagar anuidades. Muita gente e muitas empresas para serem representadas, não é mesmo?
Não sabemos quem somos, donos ou trabalhando em escritórios micros, pequenos, médios e grandes? Quantos Contadores Públicos? Quantos
Contadores de empresas privadas médias e grandes? Quantos Peritos? Quantos
Auditores?
Não se iludam, enquanto estivermos
sob o império da lei, é a democracia, com a política em seu bojo, que pode promover as
mudanças que queremos ou a manutenção de tudo como está.
Os números não mentem: Parece existir um círculo vicioso em cada eleição: Os mesmos pedem votos e os mesmos votam.
É muito
profissional que abre mão de participar das decisões, as quais, ao fim e ao
cabo vão impactar diretamente a profissão que este mesmo profissional exerce.
Tomara que em 2021 surjam novas lideranças que possam trazer a classe para comparecer às urnas, às plenárias e participar
das decisões que efetivamente representem os anseios dessa maioria.
Figura 1
Figura 3
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